Blue - Módulo

Contabilidade de Custos

Olá! Neste módulo, vamos estudar os famosos "Métodos de Custeio"!

Iremos estudar custeio por absorção e variável, custeio baseado em atividades (Método ABC) e muito mais! E, claro, também teremos vários exercícios de fixação e o nosso Resumão. Espero que goste.

Bons estudos!

Duração Total: 1 hora 5 minutos 12 segundos
Professor: Bruno de Andrade @profbrunoandrade
Narração: Alex Vieira

MÓDULO 05

Métodos de Custeio

Contabilidade de Custos em Áudio: Introdução aos Métodos de Custeio O tempo voa. A gente já está no nosso quinto módulo, pode acreditar. Então quero que você se sinta muito bem recebido aqui no início de mais um dos nossos módulos, pois nele abordaremos um assunto bem relevante no âmbito da disciplina Contabilidade de custos. Bom neste áudio, vou dar uma contextualizada nos métodos de custeio para que você entenda de forma geral, como funcionam e para que servem. Não é novidade nenhuma para você que eu adoro utilizar exemplos para tentar fazer você assimilar melhor uma ideia. Então, por conta disso, vou te dar uma primeira ideia acerca dos métodos de custeio por meio de um exemplo. Lembra daquele exemplo que demos acerca da fábrica de móveis que utilizava uma impressora 3D, a qual produzia móveis super estilosos, Bobina a fita aí que irá se lembrar. Pois bem, pense nessa fábrica, mas considere algumas situações que irei pontuar. Agora pense que o galpão da fábrica é alugado e que este aluguel custa vinte mil por mês. Trata-se de um custo fixo, então independentemente da quantidade de móveis que nós produzirmos teremos de pagar os vinte mil, concorda. Além disso, imagine que os funcionários que trabalham na produção também constituam um custo fixo na nossa empresa. Assim, teríamos mais dez mil reais com custos fixos derivados dos funcionários. Dessa maneira, somando o nosso custo fixo, aluguel, mais funcionários, temos um total de trinta mil, certamente também outros custos. Vamos colocar aqui, por exemplo, o custo com a nossa matéria-prima. Mas lembre-se, este aqui é um custo variável certo Para terminar, suponha que temos uma série de despesas relacionadas às vendas, à propaganda e ao pessoal relacionado à parte administrativa da indústria. Pode ser. Eu não vou trabalhar com valores nessa parte do custo variável e das despesas, pois será um exemplo bem simples. Nos demais áudios, a gente vai explorar com mais detalhes cada método de custeio. Então, apenas se preocupe em entender a ideia geral. Agora vamos supor que somos gerentes da fábrica de móveis e queremos saber exatamente quanto custou determinado móvel em um mês. A gente pode começar dizendo que no custo de um móvel temos aquilo que efetivamente está relacionado com a sua produção. Para tanto, pegamos todos os nossos custos e verificamos quais deles podem ser diretamente atribuídos a este móvel que fabricamos, esses serão os nossos custos diretos. Em um segundo momento, pegamos aqueles que não podem ser diretamente atribuídos, ou seja, os custos indiretos e utilizamos algum tipo de rateio para que tais custos sejam alocados a este móvel em questão. Fazendo isso, saberemos o custo do móvel. Não é mesmo verdade, mas aí teremos alguns problemas. É por conta desses problemas que existem diversos métodos de custeio. Um dos problemas está relacionado aos custos fixos. Pense comigo: em alguns meses, por conta das sazonalidades normais do setor de móveis, a produção da nossa fábrica pode ser bem pequenininha, sendo ela pequena. Nossos custos variáveis tendem a ser baixos também concorda. Entretanto, via de regra, nosso custo fixo será o mesmo. Ou seja, aqueles trinta mil que consideramos no início do áudio como custo fixo estarão sempre ali. O problema é que nesses meses de baixa produção, se nós, como gestores, quisermos calcular o custo total unitário dos móveis, temos que lidar com as distorções causadas pelos custos fixos. Como assim bom, o custo unitário total é a soma dos custos variáveis e fixos divididos pela quantidade produzida certo. No entanto, em um mês de baixa produção, a quantidade produzida. Ou seja, o denominador da nossa operação será bem pequeno. Por outro lado, os custos fixos que compõem o numerador continuarão os mesmos. Assim, poderemos ter um custo unitário elevado nos meses de baixa produção. Para ver isso, podemos, por exemplo, utilizar um método que não considere os custos fixos como custos, mas como despesas assim, trabalharemos apenas com os custos variáveis, outro problema que podemos ter diz respeito à arbitrariedade na alocação dos custos indiretos aos produtos. Lembra que os custos diretos a gente aloca diretamente, mas para os indiretos utilizamos critérios de rateio? Pois é. Às vezes esses critérios de rateio podem gerar uma alocação que não faça muito sentido e, com isso, podemos produzir informações meio sem noção, que prejudicarão as tomadas de decisão na empresa. Com o intuito de resolver essa questão, a gente pode, por exemplo, adotar um método de custeio cujo foco seja reduzir essa arbitrariedade na alocação dos custos indiretos. Pois é galera, essa foi apenas uma introdução. Tentei mostrar para vocês alguns problemas que evidenciam a necessidade de se utilizar diferentes métodos de custeio. Nos próximos áudios, falaremos com mais detalhes acerca de cada um deles.

01 - Introdução aos métodos de custeio

Contabilidade de Custos em Áudio: Custeio por Absorção Custeio por absorção. É um método bem tranquilo de entender. Você vai ver isso porque diversos conceitos que aprendemos nos módulos anteriores já dizem respeito às regras utilizadas no custeio por absorção. Lembra, por exemplo, que falamos que o custo de produção compreende os materiais diretos, a mão de obra direta e os custos indiretos de fabricação. Pois é, já estávamos dando uma pincelada na ideia de custeio por absorção. Ou seja, no custeio por absorção, entra efetivamente aquela ideia de que o custo compreende os gastos de fato relacionados à produção. Portanto, o que não é custo. Lançamos no resultado, mas aquilo que compõe o custo dos produtos é ativado nesse sentido. Apenas quando os são vendidos tais valores que estavam ativados transitam pelo resultado. Assim, a gente pode afirmar que no custeio por absorção, apropria-se tudo quanto é custo de produção aos produtos, logo quer sejam custos fixos ou variáveis, quer sejam custos diretos ou indiretos, são incorporados aos produtos, um jeito fácil de você. Se lembrar do custeio por absorção é pensar que, no absorção, os produtos absorvem todos os custos de produção. Quero que grave, algo importante. Em termos legais, podemos observar que o custeio por absorção é o único permitido pela legislação para fins de elaboração de demonstrações contábeis. Gravou isso por repetirem, o custeio por absorção é o único permitido pela legislação para fins de elaboração de demonstrações contábeis. Um dos motivos para isso relaciona-se com o regime de competência. Como assim professor? Veja: no custeio por absorção, os gastos são atribuídos aos produtos e tornam-se despesas apenas quando ocorre a efetiva venda de tais produtos. Não é verdade, ou seja, o gasto é inicialmente ativado e só vira despesa quando ocorre a venda, respeitando assim o regime de competência. Então, podemos dizer que essa conformidade com as exigências legais seria uma vantagem do custeio por absorção. Mas, professor, se apenas o custeio por absorção é permitido em termos contábeis, como os outros métodos podem ser utilizados? Essa é uma excelente pergunta. No caso dos outros métodos de custeio, sua utilização ocorre apenas no âmbito gerencial, em termos de tomadas de decisão, mas não para a produção das demonstrações contábeis. Dito isso, vamos voltar à questão das vantagens e desvantagens. Vimos que uma vantagem do custeio por absorção seria o atendimento aos requisitos legais, mas e as desvantagens? No âmbito das desvantagens, podemos citar o problema relacionado à influência do custo fixo nas análises relacionadas ao custo unitário dos produtos e também a existência de arbitrariedade nos rateios envolvendo os custos indiretos. Primeiro caso acerca dos custos fixos, a gente viu no áudio anterior, consegue lembrar gente? Usou o exemplo da fábrica de móveis e consideramos que existia um custo fixo de treze mil por mês. Aí constatamos que nos meses que a produção da nossa fábrica for muito baixa, por conta das sazonalidades do setor de móveis, as análises envolvendo o custo unitário dos móveis podem ser prejudicada. Isso porque, no cálculo do custo, o nosso denominador, a quantidade de móveis produzida será pequeno. Enquanto isso, no nosso numerador, a parte que compreende os custos fixos tende a permanecer a mesma. Ou seja, treze mil. Situação resultará em custos unitários relativamente altos se comparados aos meses em que houve uma produção normal de móveis, beleza, beleza. Já falamos de uma das vantagens, mas agora temos que abordar a outra, bom a outra. Como eu disse anteriormente, tem a ver com a arbitrariedade na alocação dos custos indiretos, ou seja, às vezes, escolhemos certos critérios de rateio que não são muito coerentes, fazendo com que a alocação dos custos indiretos aos produtos fique meio mais ou menos. Problema é que isso pode gerar problemas no âmbito das tomadas de decisão da empresa. Suponha, por exemplo, que por conta de um critério de rateio não muito adequado, determinado tipo de produto passe a ficar com um custo muito elevado e os gestores decidam parar de fabricá-lo. No entanto, mais para a frente, os gestores perceberam que o custo do produto não era tão elevado; o problema estava, na realidade, na alocação equivocada dos custos indiretos. A este produto. Viu como isso pode gerar um problemão? Pois bem, então grave. Aí essa arbitrariedade na alocação dos custos indiretos também é uma desvantagem do custeio por absorção. Professor, em módulos anteriores tratamos da questão da departamental, a qual poderia amenizar essa questão da arbitrariedade na alocação dos custos indiretos. Departamental. Pode ser utilizada no custeio por absorção? Pode sim. E ela, de fato, pode ajudar a amenizar a questão da arbitrariedade, pois promove uma alocação mais racional dos custos indiretos. Por enquanto é isso, galera. Dá um play e decola comigo para o próximo áudio.

02 - Custeio por absorção

Contabilidade de Custos em Áudio: Custeio Variável Neste áudio, iremos tratar do método de custeio variável. Vamos nessa? Primeiramente, gostaria de ressaltar que alguns autores e algumas bancas de concurso usam também a nomenclatura de custeio direto para falar do custeio variável. Eu não concordo muito com essa nomenclatura porque entendo que, embora a grande maioria dos custos variáveis sejam diretos, existem custos que são variáveis e não são diretos. Por essa razão, não acho que sejam exatamente sinônimos. No entanto, como concurseiro, acho que você não deve entrar no mérito. Saiba que na sua prova pode cair a nomenclatura custeio direto como sinônimo de custeio variável. Mas aí você toca o barco e resolve a questão de boa combinado. Agora vamos entender exatamente como funciona esse tal de custeio variável. Bom, no áudio passado a gente falou de custeio por absorção, lembra? Lá, eu ressaltei que no custeio por absorção, a gente atribui aos produtos tanto os custos fixos quanto os custos variáveis. Agora, aqui no método de custeio variável, a ideia é outra. Alocamos aos produtos apenas os custos variáveis, fica fácil de gravar. No método de custeio variável, eu aloco aos produtos apenas os custos variáveis, beleza, mas os custos fixos, professor? No custeio variável, os custos fixos são lançados como despesas do período, ou seja, eles não são ativados. Assim, neste método, segue-se a ideia de que os custos fixos não devem ser alocados aos produtos, uma vez que eles existem independentemente de haver ou não produção. Agora se liga na ideia, a gente aloca apenas os custos variáveis aos produtos, correto. Os custos variáveis são, em sua esmagadora maioria, custos diretos. Eu disse à horinha que existem exceções, eu sei, mas se eu pudesse chutar um percentual, eu acho que diria que uns dezanove e nove dos custos variáveis são diretos. Professor, mas onde você quer chegar se temos apenas custos variáveis alocados aos produtos? Considerando que quase todos esses custos variáveis são diretos, a gente pode dizer que a arbitrariedade na alocação dos custos indiretos aqui no método de custeio variável não é uma pedra no nosso sapato. Isso é bom, pois tal arbitrariedade é um problemão no método de custeio por absorção, não é mesmo? Vamos avançar no custeio variável, uma vez que temos apenas os custos variáveis alocados aos produtos. Também não precisamos nos preocupar com distorções nas análises de custo unitário causadas pelos custos fixos nos meses de baixa produção. Você se recorda que os custos fixos propiciavam essas distorções no método de custeio por absorção? Pois é, aqui no custeio variável não temos mais esse problema em termos gerenciais. A gente pode observar que custeio variável é bastante utilizado. Ele dialoga muito bem com questões concernentes à denominada margem de contribuição e a relação de custo, volume e lucro, a qual veremos com mais calma no módulo seguinte. Todavia, o método de custeio variável fere o regime de competência. Isso porque os custos fixos são lançados diretamente como despesas, mesmo antes da venda do produto. Assim, por questões legais, não podemos utilizar o custeio variável no que tange à elaboração das demonstrações contábeis e nem no tocante às questões fiscais. Ou seja, o seu uso é restrito ao âmbito gerencial. A gente pode dizer que isso é uma desvantagem do método de custeio variável.

03 - Custeio variável

Contabilidade de Custos em Áudio: O Custeio por Absorção e o Custeio Variável sob a Ótica do Resultado Parte um Aí, galera preparados para mais um áudio? Então vem comigo neste áudio. A gente vai analisar o custeio por absorção e o custeio variável sob a ótica do resultado que veremos aqui, é muito cobrado em prova. Então quero que você preste bastante atenção combinado. Então ativa aquele tradicional modo turbo de importante. Primeiramente a gente retomar a ideia principal. Lembre-se no custeio por absorção, são alocados aos produtos tanto os custos fixos quanto os custos variáveis. Entretanto, no custeio variável a coisa muda, não é mesmo? No custeio variável, alocamos aos produtos apenas os custos variáveis, de modo que os custos fixos vão para o resultado. Vamos utilizar exemplos para facilitar essa explicação. Imagine que temos uma fábrica de violões e que fabricamos apenas um tipo de violão. Considere que não temos nenhum violão em estoque e estamos iniciando uma produção. Agora, nossa produção do mês foi de cem violões. Os custos fixos totalizaram dez mil e os custos variáveis totalizaram vinte mil. Ok, também imagine que tenhamos incorrido em cinco mil de despesas administrativas, recapitulando dez mil reais de custos fixos, vinte mil de custos variáveis e cinco mil de despesas administrativas. Considere ainda que conseguimos vender metade da produção, ou seja, quinze violões. Considere também que o preço de venda seja mil. Assim, nossa receita de venda seria a quantidade vendida quinze violões multiplicada pelo preço de venda do violão mil quinze mil. Bom, agora vamos calcular o nosso custo de produção. Para tanto, precisamos primeiramente escolher o método de custeio que iremos utilizar. Vamos começar pelo custeio por absorção. Neste caso, iremos alocar aos produtos tanto os custos fixos quanto os custos variáveis. Assim, o nosso custo total de produção será a soma dos dez mil reais referentes aos custos fixos, com os vinte mil reais referentes aos custos variáveis, totalizando trinta mil. Mas já que vendemos apenas metade do nosso estoque, qual será o valor do custo do produto vendido? Bom, o valor será a metade do nosso custo total. Se o nosso custo total é de trinta mil, o custo do produto vendido será quinze mil, uma vez que apenas quinze dos violões fabricados foram vendidos. Na verdade há outra coisa importante. Lembre-se que incorre em cinco mil com despesas administrativas. Então, vamos lá. Temos quinze mil relativos às receitas de venda, beleza para chegarmos no nosso lucro bruto, basta reduzirmos dessas receitas de venda o nosso custo do produto vendido, conhecido como CPV. Como vimos, o CPV é quinze mil, portanto, reduzindo os quinze mil dos quinze mil, chegamos em um lucro bruto de quinze mil. Mas lembre-se, ainda temos os cinco mil referentes às despesas administrativas. Assim, para chegarmos no lucro líquido reduzimos os cinco mil dos quinze mil. Dessa forma, considerando esse modelo simplificado, apuramos um lucro líquido de dez mil utilizando o método de custeio por absorção. Ótimo. Mas e no caso do custeio variável? A ideia do custeio variável é um pouco diferente. Aqui iremos alocar aos produtos apenas os custos variáveis, ou seja, os vinte mil os dez mil referentes aos custos fixos serão despesas do período. Então, vamos recomeçar. Nossa receita de vendas será a mesma quinze mil. Entretanto, o nosso custo do produto vendido CPV será diferente daquele apurado no custeio por absorção. Aqui, devemos pensar o seguinte. Nosso custo total do período foi vinte mil. Entretanto, vendemos apenas a metade dos violões. Desse modo, nosso CPV será a metade de vinte mil, ou seja, o CPV será dez mil. Importante você recordar que no custeio por absorção, o CPV foi de quinze mil reais, ou seja, o CPV no custeio por absorção foi maior, mas vamos prosseguir reduzindo esses dez mil referentes ao CPV dos quinze mil relativos às receitas de venda. Chegamos em um lucro bruto de quatorze mil. Repare que o lucro bruto apurado no custeio por absorção foi quinze mil. Portanto, o lucro bruto do custeio variável foi maior, concorda. Mas agora vamos apurar o lucro líquido como despesa do período. Temos os cinco mil relativos às despesas administrativas e os dez mil referentes aos custos fixos, uma vez que no custeio variável tais custos são como despesas. Portanto, nossa despesa do período totaliza quinze mil. Assim podemos dizer que para encontrarmos o lucro líquido basta reduzir os quinze mil, que são as despesas do período dos quatorze mil, que é o valor do lucro bruto. Assim, chegamos a um lucro líquido de vinte cinco mil utilizando o método de custeio variável. É importante a gente lembrar que no método de custeio por absorção o lucro líquido foi de dez mil, ou seja, o lucro líquido apurado pelo custeio por absorção foi maior que aquele apurado pelo custeio variável. Gente vai continuar a falar nesse assunto, mas eu vou preferir que façamos isso no próximo áudio pode ser, então te espero lá.

04 - Custeio por absorção e variável sob a ótica do resultado (parte 1)

Contabilidade de Custos em Áudio: Custeio por Absorção e Custeio Variável sob a Ótica do Resultado - Parte Dois Então galera, continuando a nossa análise dos métodos de custeio por absorção e variável sob a ótica do resultado, vamos recapitular algumas coisas. Demos um exemplo de uma produção de cem violões no período e da venda da metade dessa produção. Consideramos que não havia estoque inicial e consideramos ainda que nossos custos fixos totalizaram dez mil e os nossos custos variáveis vinte mil. Além disso, tivemos cinco mil de despesas administrativas, correto. A nossa receita de vendas foi a mesma para os dois métodos. Não é verdade? A primeira diferença foi observada quando calculamos o CPV no custeio por absorção. O CPV apurado foi quinze mil. Já no custeio por absorção, o CPV foi dez mil. Essa diferença ocorre porque no custeio por absorção, a gente aloca tanto os custos fixos quanto os custos variáveis aos produtos. Logo quando efetuamos a venda, temos um CPV mais robusto, digamos assim no custeio variável. Como alocamos apenas os custos variáveis aos produtos, no momento em que vendemos os produtos, nosso CPV será menor que aquele apurado pelo custeio por absorção. Consequentemente, considerando que eu devo deduzir o CPV da receita de venda para apurar o lucro bruto, a gente pôde observar que o custeio por absorção resultou em um lucro bruto menor, ou seja, com o CPV maior tem um lucro bruto menor no custeio por absorção. Entretanto, na hora de apurar o lucro líquido, a história foi outra. Isso porque, no caso do custeio variável, os custos fixos são logo lançados para resultado como despesas, independentemente de vendermos ou não os produtos. Assim, com uma despesa bem maior, o método de custeio variável apresentou um lucro líquido menor que aquele apurado pelo método de custeio por absorção, mas vamos pensar um pouco no custeio variável. Os custos fixos são diretamente lançados como despesas. Mas e no custeio por absorção, no custeio por absorção eles são ativados, isso mesmo? Eles compõem o valor dos estoques e eles vão transitar pelo resultado apenas quando houver a venda. Quando houver a venda dos estoques, esses custos fixos farão parte do CPV. Ou seja, aqui temos uma grande diferença no custeio variável, os custos fixos vão logo para resultado. Entretanto, no custeio por absorção, eles são ativados e serão lançados no resultado apenas à medida que o estoque for sendo vendido, assim irão para resultado sob a forma de CPV. Isso significa que quando eu não vendo todo o meu estoque, ou seja, quando existe sobra de estoque, haverá uma diferença entre o lucro apurado pelos métodos de custeio, absorção e variável. Isso porque no custeio variável, eu, de cara já irei lançar todo o custo fixo em conta de despesa. Entretanto, no custeio por absorção, parte desse custo fixo estará ativado, pois estará compondo o valor dos estoques, que ainda não foram vendidos. Assim, quando tenho sobra de estoque, o lucro líquido apurado pelo método de custeio variável será menor que aquele apurado pelo método de custeio por absorção. E a diferença será justamente o valor correspondente à parte dos custos fixos que estão ativados. Vamos mostrar isso no exemplo que utilizamos. O lucro líquido apurado pelo custeio variável foi vinte cinco mil. Já o lucro líquido, apurado pelo custeio por absorção foi treze mil. Ou seja, o lucro líquido apurado pelo custeio por absorção foi superior em cinco mil ao apurado pelo custeio variável. Beleza até aqui, tudo bem. Agora vamos tentar encontrar essa diferença de cinco mil pensando em termos de custo fixo. Nosso custo fixo total do período foi dez mil. Lembram-se, se quiséssemos calcular o custo fixo unitário que precisaríamos fazer exatamente isso que você está pensando. Basta dividirmos o custo fixo total dez mil, pela quantidade produzida. No nosso caso, produzimos cem violões, então dividirmos os dez mil por cem. Fazendo a conta, verificamos que o nosso custo fixo unitário é igual a cem reais. Eu já tenho o valor do custo fixo unitário. Agora eu preciso que a gente lembre da quantidade de estoque que sobrou no período. Isso mesmo, a quantidade que não foi vendida. Como vendemos apenas a metade do, o estoque total era de cem unidades. Podemos constatar que sobraram quinze unidades, correto. Sabendo disso, basta multiplicarmos os cem reais referentes ao custo fixo unitário pelas unidades que sobraram no estoque para sabermos o quanto do custo fixo está ativado, considerando o custeio por absorção. Então, vem comigo. Temos cem reais representando o custo fixo unitário vezes quinze unidades, que é a quantidade que sobrou no estoque. Resultado dessa conta é cinco mil, ou seja, cinco mil é o custo fixo que permaneceu no estoque, no caso do custeio por absorção, mas que no caso do custeio variável foi lançado diretamente para o resultado. Só esses cinco mil são exatamente a diferença entre o lucro líquido apurado pelo custeio por absorção e o lucro líquido apurado pelo custeio variável. Portanto, conseguimos mostrar que a diferença do lucro líquido entre os dois métodos está relacionada aos custos fixos. Mas atenção se tivéssemos vendido todo o estoque, não haveria diferença entre o lucro líquido apurado pelos dois métodos CPV apurado no custeio por absorção ainda seria maior que o apurado pelo custeio variável. Consequentemente, o lucro bruto continuaria sendo menor no custeio por absorção. Entretanto, o lucro líquido apurado pelos dois métodos seria igual, neste caso da venda de todo o estoque. Bom, isso, galera, te espero no próximo áudio? Então, corre para lá.

05 - Custeio por absorção e variável sob a ótica do resultado (parte 2)

Contabilidade de Custos em Áudio: O Sistema de Custeio RK Fala pessoal, vamos dar continuidade ao assunto abordando mais um tipo de método de custeio. Pois bem, iremos tratar agora do chamado RK. Essa sigla deriva de três palavras em alemão que eu nem vou tentar pronunciar aqui. De qualquer forma, o que é importante você saber é que o RK surgiu na Alemanha no século vinte e que se trata de um tipo de custeio pleno. Quando a gente pensa nessa palavra pleno, pensamos em algo cheio, repleto ou completo. Não é verdade? Pois é, a ideia central do RK está justamente ligada a isso. No RK alocamos aos produtos não apenas os custos fixos e variáveis, mas também as despesas fixas e variáveis. Como funciona o esquema do custeio por absorção? Lá alocamos aos produtos os custos fixos e variáveis, mas as despesas fixas e variáveis são lançadas no resultado. Não é verdade, mas aqui no RK a parada é diferente. Ou seja, é como se eu aloca tudo aos produtos: custos fixos, custos variáveis, despesas fixas e despesas variáveis. Por isso, quando eu disse que ele era um tipo de custeio pleno, esse nome pleno veio bem a calha, pois representa justamente a essência do RK. Só uma coisinha: Existem outros tipos de custeio pleno, alguns por exemplo, não alocam aos produtos as despesas fixas. Entretanto, vejo sendo cobrado em prova apenas o RK e por isso iremos abordá-lo aqui. Outro ponto importante a ser abordado aqui é que no RK geralmente adota-se a departamental. Já vi questões afirmando que a departamental não pode ser adotada no âmbito do custeio RK. Entretanto, isso não é verdade. Geralmente os livros de contabilidade de custos associam a departamental apenas ao custeio por absorção, dando a ideia de que ela não pode ser utilizada em outros métodos de custeio. Por isso, muita gente acaba entendendo que a departamental é exclusiva do custeio por absorção, mas você não vai errar isso na prova. Vou repetir: departamental. Pode sim, ser utilizada no âmbito do método RK. Outra bagunça que as questões podem tentar fazer é dizer que o RK é um tipo de método de custeio por absorção. Às vezes o aluno pode ficar meio na dúvida, pensar que o RK parece com o custeio por absorção, mas inclui também as despesas. Mas se liga, o RK não é um tipo de método de custeio por absorção. Como já falamos anteriormente, ele é um tipo de custeio pleno. Então, você não vai errar uma questão dessas na prova, combinado? Uma vantagem do custeio RK é que ele pode ser muito útil em termos gerenciais. No que diz respeito à formação do preço de venda, pensa comigo: no RK, já alocamos aos produtos os custos e as despesas. Portanto, basicamente a gente precisa definir qual vai ser a margem de lucro dos produtos. Temos o preço de venda legal, mas aí temos aquele probleminha da legislação que já abordamos. Quando falamos do custeio variável, como apenas o método de custeio por absorção é permitido, em termos legais, a gente não pode utilizar o RK para fins de elaboração das demonstrações contábeis e apurações fiscais. Ok, por ora, é isso, galera. No próximo áudio falaremos do famoso custeio ABC, nos vemos lá.

06 - Sistema de custeio RKW

Contabilidade de Custos em Áudio: Custeio Baseado em Atividades ABC - Parte I Aqui estamos nós para falar um pouquinho do custeio baseado em atividades, ou ABC na sigla em inglês. Existe muita coisa que podemos explorar acerca desse método. Mas iremos focar aqui no que tenho visto ser mais cobrado em prova. Primeiramente, gostaria de avisar que a pronúncia do termo ABC pode ser em português, ABC, ou em inglês ABC. Nesse curso vamos utilizar a pronúncia em inglês. Nesse sentido, a gente vai abordar o que é conhecido na literatura como primeira geração do ABC, ok? A ideia central do ABC é elencar as atividades relevantes da empresa, depois alocar os gastos às atividades e posteriormente aos produtos. Comparando o ABC com os outros métodos de custeio, verificamos algumas coisas peculiares. Primeiramente, conforme consta do livro Contabilidade Gerencial escrito por Ray Garrison e outros dois professores, no método ABC, eu não alocaria todos os custos aos produtos, pois existem custos de produção que não são causados pelos produtos. Tem-se aqui como exemplo o custo do segurança de uma fábrica. Ou seja, se, segundo esses autores, no método de custeio por atividades, nem todos os custos serão alocados aos produtos. Outro ponto que os autores ressaltam é que determinadas despesas podem ser alocadas aos produtos no método ABC. Se pararmos para pensar, despesas com comissão de vendedores, despesas de transporte e reparos, dentre outras, podem ser vinculadas a produtos individuais. Nesse sentido, a gente pode presumir que elas foram causadas por produtos fabricados. Assim, no custeio ABC, tais despesas são alocadas aos produtos. Vamos avançar. Então, como disse no início, a lógica do custeio baseado em atividades é alocar os gastos às atividades e posteriormente aos produtos. Mas qual a razão de se fazer isso? Aí é que está o pulo do gato. Um dos objetivos do ABC é justamente reduzir a arbitrariedade na alocação dos custos indiretos. É justamente por isso que existe todo esse passo a passo engenhoso. Aqui. Quero que grave uma coisa: custeio baseado em atividades não acaba com o problema da arbitrariedade na alocação dos custos indiretos, mas consegue reduzir bastante esse problema. Já vi algumas questões de concurso afirmando que o ABC resolve totalmente o problema da arbitrariedade na alocação dos custos indiretos, mas isso não é verdade. Então, vamos voltar ao esquema básico que eu estava falando. Temos atividades que consomem recursos dentro da nossa indústria, e tais atividades dão origem aos produtos? Certo. Mas pera aí que preciso rapidamente conceituar a atividade para vocês. Nesse sentido, utilizarei o conceito do Eliseu Martins por ser o mais cobrado em provas. Atividade é uma ação que utiliza recursos humanos, materiais tecnológicos e financeiros para se produzirem bens ou serviços. É composta por um conjunto de tarefas necessárias ao seu desempenho. Vou repetir: atividade é uma ação que utiliza recursos humanos, materiais tecnológicos e financeiros para se produzirem bens ou serviços, composta por um conjunto de tarefas necessárias ao seu desempenho. Certo? Agora que vocês já sabem o conceito de atividade, vamos voltar ao esquema básico do ABC. Então vamos lá. Ressalto que, em primeiro lugar, a gente precisa identificar as atividades relevantes da nossa indústria. Mas, professor, como faremos isso? Bom, existem algumas características que enquadram uma atividade como relevante, dentre elas. Vou citar três: um, possuir um custo relevante. Dois, resultar na produção de álcool e três, produzir um direcionador de custo próprio. Relaxa, eu não expliquei ainda o que é um direcionador de custo, mas daqui a pouco irei explicar. Então, beleza, primeira etapa é a gente identificar as atividades relevantes. Depois disso, iremos alocar os gastos às atividades que identificamos. Estou usando a nomenclatura gastos porque, como vimos, o ABC pode incluir custos e despesas, certo? Então, iremos alocar os gastos às atividades. Mas de que forma a gente consegue fazer isso? Vou te explicar melhor no próximo áudio. Pode ser, então nos vemos lá.

07 - Custeio baseado em atividades - ABC (parte 1)

Contabilidade de Custos em Áudio: Custeio Baseado em Atividades ABC - Parte Dois Recapitulando o que falei no áudio passado, ressalto que é necessário, no custeio baseado em atividades, identificarmos as atividades relevantes, ok, e depois disso. Depois disso iremos alocar os gastos às atividades que identificamos e sabe como iremos alocar os gastos às atividades. O professor Eliseu Martins cita três maneiras. A primeira é por meio da alocação direta. Ou seja, quando a gente conseguir alocar diretamente o gasto à atividade, a segunda é por meio do denominado rastreamento. Esse lance do rastreamento é de fato algo novo para a gente. Mas vou explicar como funciona. Rastreamento está baseado na relação de causa e efeito entre a ocorrência da atividade e a geração do gasto. E tal relação é evidenciada por meio do que chamamos de direcionador de custos de recursos ou direcionador de custos de primeiro estágio. Gente pode usar como direcionador a área ocupada, o tempo de mão de obra, o tempo de utilização de máquinas, dentre muitos outros. Lembre-se, rastreamento está baseado na ideia de causa e efeito. Então ele exige um nível maior de entendimento e estudo sobre o processo de funcionamento da produção da empresa. Assim, os direcionadores de custos de recursos visam a identificar de forma analítica o que de fato gerou o gasto. Então, repetindo, até agora vimos que a gente pode alocar os gastos às atividades de forma direta e por meio do rastreamento correto. Mas existe uma terceira forma, um velho conhecido nosso, cujo nome é rateio, isso mesmo, o rateio. Mas aqui é importante a gente compreender que o rateio somente deve ser utilizado quando não for possível nem alocar diretamente o gasto e nem utilizar o rastreamento. Se a ideia do ABC é justamente reduzir a arbitrariedade na alocação dos custos indiretos, então a gente precisa ter em mente que esses rateios não poderão ser utilizados de forma arbitrária. Ressalta uma coisinha, esse negócio do rastreamento é uma novidade no nosso curso. A gente não tinha visto isso em nenhum outro método de custeio. Como falei, o rastreamento baseia-se na ideia de causa e efeito entre a atividade e o gasto. Vimos também que o que evidencia essa relação são os denominados direcionadores de custos de recursos, também conhecidos como direcionadores de custos de primeiro estágio. Esse lance de primeiro estágio é porque a gente basicamente divide o ABC em dois estágios. Primeiro estágio é justamente quando alocamos os gastos das atividades. Já no segundo estágio, os gastos das atividades são alocados aos produtos. Ou seja, neste momento, a gente ainda está falando no primeiro estágio. Pois bem, voltando à questão dos direcionadores de custos, é importante que você saiba que eles são o diferencial do ABC. Isso mesmo, os direcionadores de custos. São tipo o jogador camisa dez no custeio baseado em atividades. Vamos continuar. Então se a gente já definiu as atividades relevantes, já definiu os direcionadores de custos e também já atribuiu os gastos às atividades. Agora falta pouco que precisamos fazer. Agora é custear os produtos. Ou seja, vamos agora alocar os gastos das atividades aos produtos. Isso é o que denominamos de segundo estágio do ABC. Para tanto, vamos utilizar os direcionadores de custos de atividade ou direcionadores de custos de segundo estágio, tais direcionadores vão indicar a relação entre as atividades e os produtos, como se esses direcionadores respondessem à seguinte pergunta: como os produtos consomem as atividades? Depois disso tudo a gente consegue fazer com que os gastos sejam atribuídos aos produtos. Legal disso tudo é que o ABC, por conta de toda essa engenhosidade que mostrei para vocês, consegue reduzir a arbitrariedade na alocação dos custos indiretos. Ele também é muito útil em termos gerenciais para fornecer aos gestores uma série de informações. Uma delas é, por exemplo, a evidência de quais as atividades que consomem mais recursos. Ressalto que informações como essa podem certamente ajudar os gestores nas tomadas de decisão. Para fechar o áudio, gostaria de recapitular a ideia de primeiro e segundo estágio. Pode ser o primeiro estágio, tem a ver com a maneira como as atividades consomem recursos. Ou seja, demonstra a relação entre os recursos gastos e as atividades. Já o segundo identifica a maneira como os produtos consomem atividades e serve para custear produtos. Nesse sentido, evidencia a relação entre as atividades e os produtos. Isso é bastante cobrado em provas de concurso e por isso, fiz questão de repetir. Conseguiu compreender? Então preciso falar só mais uma coisinha para terminarmos o áudio. O ABC, assim como o custeio variável, e o RK, não é permitido pela legislação para fins de elaboração das demonstrações contábeis e fins tributários. Nesse sentido, quero que lembre que a nossa legislação aceita apenas o custeio por absorção. Logo, a empresa que utiliza o ABC geralmente usa o custeio por absorção para atender à legislação e adicionalmente o ABC para fins gerenciais. Isso aí teremos só mais um áudio antes dos exercícios, então vem comigo.

08 - Custeio baseado em atividades - ABC (parte 2)

Contabilidade de Custos em Áudio: Custo Padrão O custo padrão não é um método de contabilização de custos, mas apenas uma espécie de técnica auxiliar. Todavia, acho relevante falar um pouco dele aqui, pois é, muitas vezes cobrado em prova. Então neste áudio vou dar uma pincelada no assunto. Quando a gente fala em custo padrão, muita gente acaba pensando no conceito de custo ideal de produção. Esse custo ideal seria basicamente o custo em um cenário praticamente perfeito, um cenário em que a empresa opera em cem por cento da sua capacidade sem problemas, levando em conta a mais eficiente mão de obra. Mas, convenhamos, meio viagem, a gente considerar um cenário tão perfeito assim não é. Por isso, está meio em desuso a utilização do custo ideal. Atualmente, quando falamos em custo padrão, geralmente estamos nos referindo ao custo padrão corrente. Este custo padrão corrente diz respeito ao valor de custo que a empresa fixa como meta para um determinado produto ou serviço. Entretanto, ela leva em conta os problemas e deficiências existentes no âmbito, os equipamentos, materiais, mão de obra, etc. Ou seja, seria uma meta, mas não uma meta que considera um cenário totalmente perfeito. Preciso falar também de outro conceito relacionado a custo padrão que já foi cobrado em alguns concursos, é o custo padrão estimado. Custo padrão estimado tem a ver com a média do que ocorreu no passado, com alguns ajustes relacionados ao volume de atividade, mudanças de equipamentos, etc. Seria então aquilo que é provável que aconteça na empresa. Professor Eliseu Martins afirma que a diferença entre o custo padrão corrente e o custo padrão estimado é que o custo padrão corrente está relacionado ao que a empresa deveria alcançar se conseguisse atingir certos níveis de desempenho, enquanto o custo padrão estimado é o que normalmente a empresa deverá obter, ou seja, o custo padrão corrente. É como se fosse uma meta, mas uma meta bem construída, digamos assim. Já o custo padrão estimado é como se fosse uma previsão daquilo que vai acontecer. Considerando o histórico da empresa e adotando alguns ajustes necessários em termos gerenciais. O custo padrão corrente é bastante utilizado, pois consiste em uma espécie de meta de curto prazo e permite que a empresa compare o que foi realizado com a meta estabelecida. Nesse sentido, podemos dizer que a utilização do custo padrão é relevante em termos de planejamento e controle dos custos da empresa. Por meio dele, é possível ter uma base de comparação a fim de se constatar o que de fato ocorreu com aquilo que deveria ter ocorrido. Nesse sentido, o custo padrão evidencia exatamente o que devia ter ocorrido, e os custos apurados no período, também chamados de custo real, representam aquilo que de fato ocorreu. Então o custo padrão não substitui o custo real, mas serve como um parâmetro de comparação. Portanto, é necessário que a fixação do custo seja algo que faça sentido. Não pode ser uma meta inalcançável e nem algo demasiadamente fácil de ser atingido. Por essa razão, ele exige bastante trabalho das áreas responsáveis pela contabilidade de custos e engenharia de produção. Para fecharmos o áudio, vou reforçar que o custo padrão não substitui, nem traz simplificações à contabilidade de custos, ou seja, a contabilidade de custos adotará da mesma forma um método de custeio e apurará o custo do período logo em se tratando do custo padrão corrente. A sua ideia é ser uma ferramenta para que se construa metas de custos e se possa comparar o custo real, ou seja, aquilo que de fato ocorreu com a meta estabelecida, que é nosso custo padrão. Deu para entender legal, então vamos comigo para o próximo áudio.

09 - Custo-Padrão

Contabilidade de Custos em Áudio: Exercícios de Fixação, Parte Um Até aqui já passei bastante coisa teórica para você, não é verdade? Então vamos resolver alguns exercícios. Bora logo para a primeira questão. Esta é do Cebraspe, que todo mundo ainda chama de Cesp, de dois mil e vinte, da Secretaria de Estado de Economia do Distrito Federal. Ela diz o seguinte: "Em seu segundo estágio, o custeio EBC atribui custos de insumos às atividades". Aí já sabe a resposta? Se voltarmos um pouco a fita, vamos lembrar que a atribuição dos custos de insumos às atividades é, na realidade, o primeiro estágio e não o segundo. Portanto, a questão está errada. Vamos para a segunda questão também. Questão do mesmo concurso citado anteriormente. Ela diz assim: "O custeio RK é um tipo de custeio por absorção". Aí lembra do RK. Será que ele é um tipo de custeio por absorção? Vimos que não, não é verdade. Ele é um tipo de custeio pleno, mas não tem nada a ver com o custeio por absorção. Vou ler a justificativa do item colocada pela própria banca: "Banca afirmou que o custeio RK é uma metodologia baseada na filosofia de custeio pleno RK incorpora aos produtos os custos diretos e indiretos, fixos e variáveis considerados no custeio por absorção, mas também incorpora despesas ao custo dos produtos, o que o diferencia do custeio por absorção." Portanto, gabarito errado, vamos para a terceira questão. Ela é do CESP de dois mil e dezoito, do concurso STM. Fique atento aí. "Caso adote um sistema de custeio por atividade, a empresa poderá considerar algumas despesas como parte do custo dos produtos e alguns custos de produção como despesas, podendo ainda utilizar o valor obtido nesse procedimento para levantamento de suas demonstrações societárias." Resposta está na ponta da língua. Essa está tranquila. Vemos que o EBC não pode ser utilizado para fins de levantamento ou elaboração das demonstrações contábeis, portanto, questão errada, preparado para a quarta questão. Ela também é da Banca Sesp e é referente ao Concurso do Cade de dois mil e quatorze. "O sistema de custeio baseado em atividades ABC elimina a necessidade de rateio dos custos indiretos, o que aumenta a precisão e a confiabilidade dos custos alocados aos produtos." Certo ou errado, já sabe a resposta. No ABC, a gente não elimina totalmente o rateio. Lembra que a gente pode alocar os custos de forma direta ou por meio de rastreamento. Ou ainda, caso não seja possível nenhum dos dois, utilizamos o rateio. Pois é, então, no ABC não se elimina a necessidade de rateio dos custos indiretos, portanto, o gabarito é errado. Vamos então para a quinta e última questão deste áudio. Banca de dois mil e quinze, Concurso CGE do Estado do Piauí. Ela afirma o seguinte: "No método de custeio variável ou direto, somente os custos diretos são alocados aos produtos. Os indiretos, ainda que variáveis, são considerados como despesas na demonstração dos resultados do exercício." Qual a sua resposta? Se liga aí, então, no custeio variável, os custos fixos, que na maior parte são indiretos, é que são lançados como despesas na demonstração do resultado do exercício. Todavia, a questão afirma que no custeio variável os custos indiretos, mesmo que variáveis, são lançados como despesas na Demonstração do Resultado do Exercício. Portanto, o gabarito é errado. Ainda temos mais questões te esperando. Então, me encontra no próximo áudio.

10 ✍ Questões comentadas - Métodos de Custeio (parte 1)

Contabilidade de Custos em Áudio: Exercícios de Fixação Parte Dois Aí, galera, vamos continuar fazendo exercícios? Então se liga nessa questão que é do concurso do STJ de dois mil quinze da banca SESP. No custeio variável, os custos fixos são separados e considerados como despesas do período, portanto não são alocados aos produtos. Esse procedimento evita que eventuais arbitrariedades provocadas pelo rateio dos custos fixos venham a afetar o cálculo do custo dos produtos. Gente estudou o método de custeio variável, você consegue se lembrar? Pois é, no áudio sobre o custeio variável, falamos justamente isso que a questão afirma. Ou seja, neste método, realmente os custos fixos são separados e considerados como despesas do período, portanto, não são alocados aos produtos. Complementando tal procedimento, evita arbitrariedades provenientes do rateio e distorções relacionadas aos valores de custo unitário apurados em períodos de baixa produção. Portanto, questão correta. Vamos para a próxima então, segura aí. Nossa sétima questão é do TCE do Espírito Santo do ano de dois mil doze, organizado pela Banca SESP. A questão diz o seguinte: metodologia de custeio variável. Apesar de amplamente utilizada para fins gerenciais, não pode ser utilizada no Brasil para fins de publicação societária ou de apuração fiscal. Já sabe a resposta? Então vamos recapitular. Falamos que apenas o custeio por absorção pode ser utilizado para fins de elaboração das demonstrações contábeis, que a questão chama de publicação societária. E para fins fiscais, ou seja, o método de custeio variável, apesar de muito utilizado para fins gerenciais, realmente não pode ser usado para fins de publicação societária ou de apuração fiscal. Logo, a questão está correta. Faltam só mais duas questões, próxima. É da Banca SESP e refere-se ao concurso do TCE do Espírito Santo de dois mil doze. Ela diz assim: define-se custeio integral, como a metodologia de custeio, em que tanto os custos variáveis como os custos fixos são atribuídos aos objetos de custo? Pensou aí a definição que a questão traz é de custeio por absorção e não de custeio integral. Aprendemos que é no custeio por absorção que atribuímos os custos fixos e variáveis aos produtos. Já as despesas são lançadas em conta de resultado, portanto questão errada. Enfim, chegamos na nossa última questão, então se prepare para respondê-la. Ela é da Banca SESP de dois mil doze do concurso da Anac. Custo padrão estimado. É um custo determinado de forma científica, pela engenharia de produção da empresa, dentro das condições ideais de qualidade dos materiais, da eficiência da mão de obra, com o mínimo de desperdício de todos os insumos envolvidos. Consegue lembrar do áudio em que falamos de custo padrão estimado, então a sua resposta é certo ou errado? Se liga aí na resposta. Conforme abordamos, custo padrão estimado não se baseia em uma situação ideal, mas sim no histórico da empresa. Ou seja, o custo padrão estimado é aquilo que provavelmente irá ocorrer, portanto, a questão está errada.

11 ✍ Questões comentadas - Métodos de Custeio (parte 2)

Contabilidade de Custos Em Áudio: Resumão Sobre Métodos de Custeio Bem-vindo ao nosso tradicional resumão, você já sabe como ele funciona? Não é verdade? Pois é, aqui vamos rever as principais ideias que foram apreendidas durante este módulo. Bora lá, nós começamos falando sobre o método de custeio por absorção. Um jeito fácil de você se lembrar do custeio por absorção é pensar que, no absorção, os produtos absorvem todos os custos de produção. Logo, no custeio por absorção, tanto custos fixos quanto custos variáveis são alocados aos produtos. Já as despesas são lançadas em conta de resultado. Um ponto positivo no custeio por absorção é que a legislação brasileira prevê o seu uso para a elaboração de demonstrações contábeis e para fins de natureza fiscal. Ponto negativo deste método de custeio é a arbitrariedade no rateio dos custos indiretos. É por causa desse problema que a departamental é muito utilizada no âmbito do método de custeio por absorção, pois ela reduz a arbitrariedade na alocação dos custos indiretos. Departamental não acaba com o problema da arbitrariedade. Lembre-se disso, mas ela ajuda a reduzir esse problema. Só mais uma coisinha, departamental também pode ser utilizada em outros métodos de custeio, ou seja, ela não é exclusiva do custeio por absorção, mas vamos continuar depois do custeio por absorção. Falamos do método de custeio variável. Neste método, apenas os custos variáveis são alocados aos produtos. Os custos fixos são lançados como despesas do exercício. Lançar os custos fixos como despesas pode ser muito positivo em termos gerenciais e, por isso, podemos dizer que essa sintonia com as necessidades gerenciais é um ponto positivo desse método. Todavia, como foi visto, o método de custeio variável vai na contramão do regime de competência. Nesse sentido, por causa da legislação, não podemos utilizá-lo para a elaboração das demonstrações contábeis nem para fins tributários. Depois comparamos os métodos de custeio por absorção e custeio variável. No que tange à apuração do resultado, descobrimos que em um cenário sem estoque inicial e no qual eu não vendo todo o meu estoque produzido no período, ou seja, quando existe sobra de estoque, haverá uma diferença entre o lucro líquido apurado pelos métodos de custeio, absorção e variável. Isso porque no custeio variável, eu já lanço todo o custo fixo de despesa. Entretanto, no custeio por absorção parte desse custo fixo estará ativado, pois estará compondo o valor dos estoques que ainda não foram vendidos. Então, quando tem sobra de estoque, o lucro líquido apurado pelo método de custeio variável será menor que aquele apurado pelo método de custeio por absorção. A diferença será justamente o valor correspondente à parte dos custos fixos que estão ativados. Por outro lado, considerando o mesmo exemplo, podemos dizer que o CPV apurado no método de custeio por absorção será maior que aquele apurado pelo método de custeio variável. Se eu tenho um CPV maior no custeio por absorção e o CPV entra reduzindo a receita de vendas para apuração do lucro bruto, constata-se que o lucro bruto no método de custeio por absorção será menor que aquele apurado pelo método de custeio variável, ou seja, no nosso exemplo, em que houve uma sobra de estoque, o custeio por absorção apresentou um lucro bruto menor e um lucro líquido maior em comparação com o método de custeio variável. Vamos avançar. Falamos também sobre o método de custeio. RCA lembra Ele é um tipo de custeio pleno em que tanto os custos e despesas fixas quanto os custos e despesas variáveis são alocados aos produtos. Vale lembrar que no R geralmente adota-se a departamental. Temos questões de concurso afirmando que a departamental não pode ser adotada no âmbito do custeio R. Entretanto, isso não é verdade. Uma vantagem do custeio R é que ele pode ser muito útil em termos gerenciais no tocante à formação do preço de venda. Sabe o que pensa comigo no RK. Já alocamos aos produtos os custos e as despesas certo. Logo basicamente a gente precisa definir qual vai ser a margem de lucro dos produtos e então teremos o preço de venda dos produtos. Uma desvantagem desse método é a proibição legal para que ele seja utilizado na elaboração de demonstrações contábeis e para fins tributários. Ou seja, seu uso restringe-se ao âmbito gerencial. Ufa! Estamos quase acabando esse resumo, hein? Vamos falar um pouco do custeio baseado em atividades. O famoso ABC pode ser. A gente falou que o ABC consegue reduzir bastante o problema da arbitrariedade na alocação dos custos indiretos. Falamos também que o ABC não resolve esse problema, ou seja, ele reduz o problema da arbitrariedade, mas não resolve totalmente tal problema. Custeio baseado em atividades como o nome diz, tem tudo a ver com atividades. Aí a gente viu o conceito do professor Eliseu Martins acerca de atividade que é uma ação que utiliza recursos humanos, materiais tecnológicos e financeiros. Se produzirem bens ou serviços, é composta por um conjunto de tarefas necessárias ao seu desempenho. Show de bola, vamos prosseguir. Gente falou também que para a aplicação do ABC, é imprescindível que nós definamos as atividades relevantes, não é verdade e também abordamos os dois estágios do ABC. No primeiro estágio, podemos dizer que as atividades consomem os recursos, ou seja, a gente aloca os recursos às atividades, ou seja, em termos de gastos, a ideia do ABC é, primeiramente, alocar tais gastos às atividades, que seria o nosso primeiro estágio e, posteriormente, transferir esses gastos das atividades para os produtos que seria o nosso segundo estágio. Desse modo, o segundo estágio é uma etapa em que os produtos consomem as atividades, ou seja, temos uma transferência dos gastos que estavam nas atividades para os produtos. Gente estudou também que esse processo de alocação dos gastos pode se dar basicamente de três maneiras. A primeira seria a locação direta. A segunda, a denominada rastreamento, no qual utilizamos os chamados direcionadores de custos, lembrado e por fim a terceira que é o rateio. Ressalto que o rateio deve ser utilizado apenas quando nem a alocação direta e nem o rastreamento for possível. A gente também falou que, embora o ABC seja de bastante utilidade no âmbito gerencial, ele cai naquele problema legal. Ou seja, a legislação não permite o uso do ABC para fins de elaboração das demonstrações contábeis e nem para fins tributários. Acabando esse resumão. Falta só falarmos sobre o custo padrão. Eu ressaltei que o custo padrão não é um método de contabilização de custos, mas apenas uma espécie de técnica auxiliar. Mas, como ele vira e mexe em prova, resolvi tratar dele aqui. Neste módulo primeiro falamos do chamado custo ideal, que seria basicamente o custo em um cenário praticamente perfeito, um cenário em que a empresa opera em cem por cento da sua capacidade sem problemas, ocorrendo levando em conta a mais eficiente mão de obra. Depois abordamos o quadro padrão corrente, o qual diz respeito ao valor de custo que a empresa fixa como meta para um determinado produto ou serviço. Entretanto, ela leva em conta os problemas e deficiências existentes no âmbito, os equipamentos materiais, mão de obra etc. Acerca do custo padrão corrente. Vale ressaltar que ele é bastante utilizado em termos gerenciais, pois consiste em uma espécie de meta de curto prazo e permite que a empresa compare o que foi realizado com aquilo que a meta estabelecia. Além disso, também tratamos do custo padrão. Esse custo padrão estimado tem a ver com a média do que ocorreu no passado, com alguns ajustes relacionados a volume de atividade, mudanças de equipamentos, etc. Seria então aquilo que é provável que aconteça na empresa, tendo em vista seu histórico. Eu ressaltei que o professor Eliseu Martins afirma que a diferença entre o custo padrão corrente e o custo padrão estimado é que o custo padrão corrente está relacionado ao que a empresa deveria alcançar se conseguisse atingir certos níveis de desempenho, enquanto o custo é o que normalmente a empresa deverá obter em linhas gerais. Foi isso que a gente viu neste módulo. Eu espero que você esteja gostando, continue estudando bastante e em breve creio que alcançará seu objetivo, um grande abraço e fique com Deus.

12 ✍ Resumão: Métodos de Custeio

Contabilidade de Custos
MÓDULO 05
Métodos de Custeio
Bruno Andrade

Bruno Andrade

01 - Introdução aos métodos de custeio

02 - Custeio por absorção

03 - Custeio variável

04 - Custeio por absorção e variável sob a ótica do resultado (parte 1)

05 - Custeio por absorção e variável sob a ótica do resultado (parte 2)

06 - Sistema de custeio RKW

07 - Custeio baseado em atividades - ABC (parte 1)

08 - Custeio baseado em atividades - ABC (parte 2)

09 - Custo-Padrão

10 ✍ Questões comentadas - Métodos de Custeio (parte 1)

11 ✍ Questões comentadas - Métodos de Custeio (parte 2)

12 ✍ Resumão: Métodos de Custeio

Contabilidade de CustosMÓDULO 05Métodos de CusteioBruno Andrade

Bruno Andrade

01 - Introdução aos métodos de custeio

02 - Custeio por absorção

03 - Custeio variável

04 - Custeio por absorção e variável sob a ótica do resultado (parte 1)

05 - Custeio por absorção e variável sob a ótica do resultado (parte 2)

06 - Sistema de custeio RKW

07 - Custeio baseado em atividades - ABC (parte 1)

08 - Custeio baseado em atividades - ABC (parte 2)

09 - Custo-Padrão

10 ✍ Questões comentadas - Métodos de Custeio (parte 1)

11 ✍ Questões comentadas - Métodos de Custeio (parte 2)

12 ✍ Resumão: Métodos de Custeio

Contabilidade de Custos
MÓDULO 05
Métodos de Custeio
Bruno Andrade